terça-feira, 7 de julho de 2015

Os arquivos do terror na Guatemala

Por Leonardo Wexell Severo, no jornal Brasil de Fato:

Uma denúncia sobre “explosivos mal armazenados” fez com que, no dia 5 de julho de 2005, funcionários da Procuradoria de Direitos Humanos (PDH) entrassem em um velho paiol abandonado, infestado de ratos, no centro da capital guatemalteca. Então, o que era para ser uma investigação de rotina se transformou na maior descoberta sobre a política de terrorismo de Estado praticada pela oligarquia, com apoio da CIA, contra “subversivos”, “esquerdistas” e “comunistas” no continente. A verdade documentada em 80 milhões de páginas continha os pormenores de décadas de perseguições, torturas, desaparecimentos e assassinatos de oposicionistas.

A Grécia, o mercado e a urna

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Às vésperas da admissão da Grécia no clube da moeda única, o poderoso Goldman Sachs assessorou o governo grego na manipulação de dados fiscais, aproximando a dívida e o déficit dos critérios de Maastricht. As instituições europeias compraram como boa a mercadoria estragada recomendada pelo Goldman.

Diante da chancela das instituições de Bruxelas e de Frankfurt, os bancos alemães, franceses e holandeses desandaram a financiar gregos, troianos, espanhóis, portugueses, irlandeses e tutti quanti. A introdução do euro concedeu aos periféricos as vantagens da emissão de dívidas na moeda comum. Com o desaparecimento do risco cambial, essa prerrogativa garantiu aos países mais frágeis spreads bastante razoáveis sobre as taxas de juro pagas pelos títulos do governo alemão.

Dilma reage e avisa: governo não acabou

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Ponham-se no meu lugar: por onde começar este texto, depois dos acontecimentos dos últimos dias e horas que, numa velocidade cada vez maior, levaram a guerra política à beira de uma crise institucional sem precedentes, trinta anos após a redemocratização do país?

Tinha ido dormir com a sensação de que o governo estava no chão e as oposições só contavam as horas para saber quando e como assumiriam o poder.

PT e o cheiro de morte iminente

Por Jeferson Miola, no site Carta Maior:

Recentes pesquisas de opinião ajudam a entender a encruzilhada do PT e do governo Dilma nesta conjuntura crítica e perigosa para ambos.

A Vox Populi revela, em síntese, que o tamanho do ódio ao PT é menor que a sensação midiática criada; e, além disso, que os limites do antipetismo são maiores que aqueles que a mídia oposicionista desejaria que fossem: “apenas” 12% odeia o PT, 21% não vota no PT, 33% vota no PT e outros 33% podem - ou não - votar no PT. O povo humilde, a maioria absoluta da população brasileira, ainda acredita no PT.

Vídeo: Mídia, golpe a ditadura

A negação dos partidos e o fascismo

Por Altamiro Borges

O jornal O Globo divulgou na semana passada uma compilação de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que confirma o descrédito dos jovens com os partidos políticos. Segundo a pesquisa, o número de filiados entre 16 e 24 anos em cinco siglas (PT, PMDB, PSDB, PDT e PP) caiu 56% nos últimos sete anos. Os jovens nessa faixa etária somam hoje 132.292 filiados. Em 2009, eram cerca de 300 mil. "Dos governistas à oposição, os principais partidos brasileiros estão envelhecendo", conclui a matéria. Para o jornal da famiglia Marinho, que diariamente promove a escandalização da política e a negação da ação coletiva, o PT é a principal vítima deste crescente descrédito dos partidos.

O que a Grécia ensina ao Brasil?

Por Breno Altman, em seu blog:

Qualquer comparação entre distintas realidades nacionais nasce morta se omitidas ou negligenciadas as realidades concretas, mas a pátria do Syriza também traz lições universais.

Estratégias de mudanças sem conflito são eficazes apenas em períodos de bonança, quando a interseção entre transformação e paz se amplia porque o Estado tem mais recursos para investir na melhoria da vida dos pobres sem afetar a fortuna e os interesses dos ricos.

O Facebook, muito além do arco-íris

Por Rafael Evangelista, no site Outras Palavras:

Na última sexta-feira (26), as redes sociais foram invadidas pelas cores do arco-íris, em comemoração à decisão da Suprema Corte dos EUA de legalizar o casamento igualitário. As mais variadas imagens das sete cores foram usadas por milhões de pessoas no mundo todo, significando apoio e celebração à decisão dos EUA, mas também uma afirmação global contra o preconceito e a discriminação ligados à orientação sexual e de gênero.

A crise na Grécia, segundo Sardenberg

Da coluna "Notas Vermelhas", no site Vermelho:

Carlos Alberto Sardenberg é comentarista de economia em diversos veículos das organizações Globo e defensor intimorato das políticas de austeridade.

Age como um disciplinado autômato a serviço do mercado financeiro. Se amanhã os banqueiros decidirem que todos devem pagar taxas para respirar dentro de uma agência bancária (é só o que falta) não tenham dúvidas de que Sardenberg (em companhia de outros da mesma escola) fará ilustrados comentários provando por A + B que os banqueiros estão certos e que é um absurdo um cliente inspirar oxigênio e expirar gás carbônico, dentro das agências, impunemente. 

Golpe não é apenas derrubar Dilma

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Alguns amigos têm me criticado pelo que interpretam ser um “pessimismo” de minha parte ao descrever o que se passa com o governo Dilma.

Bem, confesso que otimismo não é, mas estou a anos-luz de achar que é inevitável sua derrubada formal e a consumação de um golpe no Brasil.

Dilma-PT: mirem-se no exemplo de Atenas

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A “Folha” abriu de forma curiosa o texto em que noticia a vitória do NÃO na Grécia: “em um resultado surpreendente…” De fato, o rechaço ao programa liberal imposto aos gregos foi surpresa – mas apenas para quem se baseia nas agências de notícias internacionais e nos comentaristas da GloboNews.

Acontece que o mundo real não aboliu a política.

"A classe jornalística" e o oportunismo

Da Rede Brasil Atual:

A jornalista Hildegard Angel afirma que colunistas da imprensa, que tiveram passado de esquerda, hoje não se constrangem em aderir ao pensamento conservador que domina a imprensa brasileira. Em debate na última sexta-feira (3), no Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Hilde, como é conhecida, foi categórica: “Essa é a história do oportunismo da imprensa brasileira. Do oportunismo dos intelectuais brasileiros, daqueles que se situam e formam suas panelinhas para manter seus cachês valorizados. Agora, não valoriza cachê ser de esquerda, o cachê fica baixo. Valoriza o cachê falar mal das causas sociais, dos progressos sociais, das conquistas sociais”.

Parlamentarismo branco está em marcha?

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Renato Rovai, em seu blog:

O gato do parlamentarismo subiu no telhado do Palácio do Planalto nos últimos dias. A provocação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que trouxe, como quem não quer nada, o tema à baila numa entrevista e notinhas aqui e acolá insinuando que isso poderia ser um caminho para a atual crise política, suscitaram preocupação e conversas acerca do tema em Brasília.

O dia seguinte ao impeachment

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Montando os Atos Institucionais e a lista de cassações, Costa e Silva chamou o Ministro da Fazenda Delfim Netto e indagou o que ocorreria se incluísse na lista o banqueiro Walther Moreira Salles.

Delfim disse que nada de mais. Haveria problemas com os bancos nova-iorquinos e europeus, sem dúvida. Também com a mídia norte-americana, já que Moreira Salles era amigo pessoal dos donos da CBS, do New York Times e do Washington Post. Fora isso, nada de mais.

Grécia derrota abutres e mídia rentista

Foto: Marco Djurica/Reuters
Por Altamiro Borges

A decisão histórica da Grécia, que rejeitou neste domingo (5) o terrorismo da “troika” – Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia –, ainda terá inesperados e tensos desdobramentos. Mas já dá para identificar os grandes derrotados nas urnas: os abutres do capital financeiro, o governo imperial de Angela Merkel e a mídia rentista. Como afirmou o primeiro-ministro Alexis Tsipras, logo após o fim da apuração – 61,3% votaram “não” e 38,7% pelo “sim” –, o resultado “demonstra que a democracia não pode ser chantageada”. A partir de agora as negociações com os banqueiros se darão em outro patamar, o que influenciará todo o velho e saqueado continente.