quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O "luto" dos jornalistas da Globo e Folha

Por Altamiro Borges

Em protesto contra a proposta ridícula de 5% de reajuste salarial, os jornalistas da TV Globo de São Paulo utilizaram nesta quarta-feira (3) fitas pretas em sinal de luto. O império global alega que teve queda de 7% nas receitas publicitárias em 2015 para justificar o brutal arrocho dos profissionais. De tanto apostar na crise econômica, torcendo pela desgraça do Brasil para desgastar Dilma, a emissora acabou virando vítima do seu próprio pessimismo. Já os trabalhadores lembram que a emissora segue com lucros estratosféricos, criticam os altos salários das celebridades midiáticas e destacam que os três filhos de Roberto Marinho continuam liderando a lista da Forbes de maiores ricaços do país.

Pauta neoliberal dá o tom no Congresso

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Uma pauta de feição neoliberal marcou a reabertura do Congresso após mais de um mês de férias. Quebra de um certo monopólio da Petrobras, lei da terceirizaçãoindependência do Banco Central (BC) foram algumas das votações prometidas para este ano pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Já a reforma da Previdência é hoje uma prioridade para a presidenta Dilma Rousseff, disposta a mandar em breve uma proposta ao Legislativo.

Existe limite para a atuação da mídia?

Miguel de Unamuno
Por Venício A. de Lima, no site Carta Maior:

Tornou-se clássica a intervenção corajosa de Miguel de Unamuno, então reitor da Universidade de Salamanca, durante uma solenidade com a presença de importantes figuras do fascismo, na Espanha de 1936. Diante de oradores e de plateia hostil e predominante fascista, Unamuno tomou a palavra e iniciou sua fala em defesa da razão e da liberdade com a seguinte frase: “Todos me conhecem. Sabeis que sou incapaz de me calar. Há momentos em que permanecer calado é mentir. O silêncio pode ser interpretado como aquiescência”.

Os voos "oficiais" de Lu Alckmin

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em janeiro, a Folha noticiou que a primeira dama do estado de São Paulo, Maria Lúcia Alckmin, utilizou as aeronaves oficiais em mais ocasiões do que os 25 secretários juntos.

Ela fez 132 viagens de 2011 a 2015, enquanto o secretariado ficou com 76. Uma resposta do governo foi produzida imediatamente.

“É fato público e notório que a primeira-dama Lu Alckmin é presidente do Fundo Social de Solidariedade, entidade oficial voltada à assistência social e geração de renda e de emprego”, diz a nota. “De cada dez deslocamentos, apenas um contou com o uso de aeronaves.”

Percepções, realidades e ações possíveis

Por Milton Pomar, no site do PT:

A filial brasileira da empresa norte-americana Ipsos Public Affairs divulgou, dia 1º de fevereiro, os resultados da pesquisa de caráter nacional “Corrupção, PT e a Lava Jato”, realizada com 1.200 entrevistas em 72 municípios. Aparentemente, o mesmo de sempre: os resultados cumulativos da ofensiva de propaganda contra o Lula, Dilma e o PT, mais os seus efeitos colaterais sobre a atividade política de modo geral: no período 2002/2016, teria passado de 37% para 82%(!) a opção “nenhum” partido preferido, que coincidiria com a avaliação, também de 82%, de que “todos os partidos são corruptos”; preferência pelo PT teria caído de 28% para 6%, PMDB de 10% para 4%, e PSDB de 6% para 4%.

Dilma mostra coragem diante das baixarias

 Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

De costas para a mesa onde a presidente Dilma Rousseff está fazendo seu discurso, um deputado aparece gritando. Outro passa diante dela desfilando com uma placa em que se lê "Xô CPMF". Uma deputada interrompe a fala da presidente da República para fazer uma contestação no microfone do plenário. Sobre a bancada, um parlamentar estica a faixa "O Brasil não aguenta mais você. Cai fora!".

Foi um festival de baixarias, incivilidade, desrespeito e falta de educação a reabertura solene do Congresso Nacional nesta terça-feira, desta vez com a presença da presidente Dilma, que resolveu de última hora apresentar pessoalmente a mensagem anual do Executivo ao parlamento.

O novo estado da vigilância global

Por Ignacio Ramonet, no site Outras Palavras:

Em nossa vida cotidiana deixamos, constantemente, rastros que entregam nossa identidade, mostram nossos relacionamentos, reconstroem nossos deslocamentos, identificam nossas ideais, revelam nossos gostos, nossas escolhas e nossas paixões – incluindo as mais secretas. Por todo o globo, múltiplas redes de controle maciço não param de nos vigiar. Em todas as partes, alguém nos observa através de fechaduras digitais. O desenvolvimento da internet das coisas e a proliferação de objetos conectados (1) multiplicam a quantidade de todo o tipo de dedos-duros que nos rodeiam. Nos Estados Unidos, por exemplo, a empresa eletrônica Vizio, sediada em Irvine (California), fabricante de televisões inteligentes conectadas a internet, revelou recentemente que seus aparelhos espionavam seus usuários através de dispositivos tecnológicos incorporados aos produtos.

América Latina e seus dilemas

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

Já vai longe o tempo em que as notícias chegadas dos países irmãos da América Latina enchiam a vida de esperanças. Cooperação, soberania, equidade, mudanças, os ventos cambiantes soprando desde a Venezuela e se espalhando pelo continente. Nada muito revolucionário, mas pequenas e significativas transformações que começavam a cimentar um caminho diferente para uma população sempre subjugada dentro de um capitalismo dependente, no qual só sobrevivem os que mais roubam e exploram.

O leão que mia para os super-ricos

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

No Brasil existe um mito segundo o qual a carga tributária seria uma das mais altas no mundo. Esta inverdade tem sido espalhada à exaustão pela Fiesp e seus patinhos de borracha. Mas o problema aqui é outro. Está na forma como são distribuídos os tributos e sobre quem eles recaem. Enquanto os mais pobres gastam grande percentual de sua renda em impostos, os ricos e os super-ricos pagam muito pouco. Para muitos destes, o leão, que ruge alto para a classe média, nem ronrona.

A persistência do ódio no Brasil

Por Leonardo Boff, no Jornal do Brasil:

É fato inegável: há muito ódio, raiva, rancor, discriminação e repulsa na sociedade brasileira. Ela sempre existiu de alguma forma. Ou alguém acha que os milhões de escravos humilhados e feitos “peças” e as mulheres à disposição da volúpia sexual dos patrões e de seus filhos, não provocava surdo rancor e profundo ódio? É o que explica os centenas e centenas de quilombos por todas as partes no Brasil. E o ódio dos patrões que com o chibata castigavam seus escravos desobedientes no pelourinho?

Tortura e corrupção na 'Folha': ontem e hoje

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

Uma charge de Lula puxando um bloco de carnaval com José Dirceu, Delúbio Soares e João Vaccari Neto vestidos de presidiários, estampada na capa do jornal Agora - do grupo que edita a Folha de S. Paulo -, choca e faz pensar. É o caso de relembrar a velha piada: “Deus sabe tudo, mas a mídia crê que sabe ainda mais.” Tal atitude reflete bem a conduta moral das famílias que controlam a mídia brasileira.

Delator de Aécio e mistérios da Lava-Jato

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Tem um buraco mal explicado na operação Lava Jato. Trata-se de Carlos Alexandre de Souza Rocha, apelidado de Ceará, amigo do doleiro Alberto Youssef há 20 anos. Foi preso em Balneário Camboriú (SC) na primeira fase da Operação Lava Jato, em 17 de março de 2014, acusado de ser doleiro pelas conversas telefônicas grampeadas legalmente.

No mês seguinte, em 22 de abril de 2014, o Ministério Público Federal do Paraná apresentou denúncia contra Ceará por apenas um crime: operar, sem a devida autorização, instituição financeira de câmbio, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão. Não houve denúncia por formação de quadrilha ou organização criminosa, nem por lavagem de dinheiro.

Trabalho doméstico: crise e informalidade

Por Juliane Furno, no site Brasil Debate:

Tornaram-se corriqueiras e cotidianas as notícias que expressam os efeitos da crise econômica brasileira. No que tange ao mercado de trabalho, a situação ainda é mais alarmante. Como se não fossem suficientes as iniciais inflexões na trajetória de melhorias sociais, a mídia brasileira não poupa esforços para incitar o desespero entre aqueles que perderam o emprego ou viram regredir seu poder de compra.

“Não tá fácil pra ninguém” parecem ser as novas palavras de ordem, alardeadas aos quatro ventos. Dentre os que estão em uma situação difícil – leiam-se, os trabalhadores e especialmente os da base da pirâmide social – ainda há aqueles padecem em uma situação ainda mais candente.

Blogueiro processado: "O que eu faço?"

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A internet possibilita a ampla disseminação de informações e compartilhamento de ideias. É um instrumento essencial para que os indivíduos possam exercer o seu direito à liberdade de expressão. Contudo, o uso de processos judiciais a fim de silenciar vozes dissidentes e as consequentes decisões judiciais restritivas ao direito à liberdade de expressão têm afetado o livre fluxo de informações na internet.

O beijo que Dilma não deu em Eduardo Cunha

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por Renato Rovai, em seu blog:

A presidenta Dilma Rousseff foi ontem ao Congresso e estavam lhe esperando para a recepção o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Dilma foi generosa no cumprimento aos dois primeiros, ofereceu-lhes o rosto para troca de beijos. E mais do que formal com Cunha, que ficou apenas com um distante aperto de mão.

MST faz balanço e anuncia mobilizações

Por Maura Silva, no site do MST:

Durante a coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (2) no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, João Pedro Stedile e João Paulo Rodrigues, ambos da direção nacional do MST, apresentaram aos jornalistas um balanço crítico do atual momento político e as perspectivas do Movimento para o próximo período.

Stedile classificou 2015 enquanto “um ano perdido para a Reforma Agrária”, já que o governo não teria feito nada em relação ao tema.