domingo, 7 de fevereiro de 2016

Alckmin, Serra e a implosão do PSDB

Por Altamiro Borges

Bem que a mídia oposicionista tentou difundir a imagem de um ninho de paz e harmonia, com todos os tucanos unidos e felizes em torno de objetivos comuns: "sangrar" Dilma, "matar" Lula, "extinguir" o PT e paralisar o Brasil. Mas a farsa não durou muito tempo. Foi só a bandeira do impeachment cair em desuso - com a desmoralização do fiel aliado Eduardo Cunha, a retração das marchas golpistas e a resposta enérgica dos movimentos sociais nas ruas contra o golpismo - para o PSDB confirmar a sua fama de um partido rachado, sem rumo e sem projeto. Uma matéria de Mônica Bergamo, na Folha de quinta-feira (4), evidencia a gravidade da crise tucana, que pode até resultar na implosão da sigla.

A mamata da Lei Rouanet vai acabar?

Por Altamiro Borges

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na quarta-feira (3) a proibição do uso da Lei Rouanet para projetos culturais com fins lucrativos. Ainda cabe recurso contra a norma e a medida também não tem previsão para entrar em vigor. Mesmo assim, ela afeta os bilionários interesses da “indústria cultural”. A resolução foi tomada após o TCU analisar os sinistros incentivos fiscais a eventos como ao “Rock in Rio”, que têm cobranças de ingresso, patrocínios e outras fontes de receitas. Um estudo apontou que só o festival do rock de 2011 captou R$ 6 milhões de empresas, que depois puderam abater 30% do valor do Imposto de Renda com base na controvertida Lei Rouanet.

Quem traiu a classe de origem

O jornalismo não merecia isso

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Quando o jornalismo não retrata a realidade, há algo de errado no jornalismo ou na realidade. Até alguns anos atrás, as pessoas, em sua maioria, cravariam na primeira opção. Hoje, no entanto, os fatos parecem estar perdendo a luta contra a representação. A mudança pode ser entendida pelo deslocamento da opinião pública para a era do publicismo. Pode parecer apenas um jogo de palavras, mas por trás dessas duas expressões estão formas diversas de entender a vida social.

O streap-tease do neoliberalismo

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

O liberalismo promete o melhor dos mundos: liberdade, democracia, progresso, tudo junto. Estado, mas não muito. Mercado, que viabilizaria a liberdade de cada um e a felicidade de todos. Cada um busca o seu, mas tudo fica melhor para todos.

Depois do fim do socialismo soviético, muitos buscaram abrigo no liberalismo, social-democrata para alguns, diretamente neoliberal para outros. Não ter mais de defender o Estado, nem os direitos das pessoas. Basta fortalecer a “sociedade civil” contra o Estado, contra os partidos, contra a política, mais além da superada divisão entre direita e esquerda.

O "viés ideológico" do metrô de São Paulo

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Antônio David é pós-dourando em Filosofia na USP, leitor do Viomundo e frequentemente nos brinda com suas análises políticas argutas, diferenciadas mesmo, e muito claras. Antônio age e pensa “fora da caixa.

Nesta sexta-feira, 5 de fevereiro de 2015, ele resolveu questionar a Companhia do Metropolitano de São Paulo com esta singela pergunta: Por que o metrô de São Paulo fecha as portas após manifestações pela redução de tarifas e libera as catracas em manifestações pró-impeachment?

Os equívocos do PT e o sonho de Lula

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Durante quatro a cinco décadas houve vigorosa movimentação das bases populares da sociedade discutindo que “Brasil queremos”, diferente daquele que herdamos. Ele deveria nascer de baixo para cima e de dentro para fora, democrático, participativo e libertário. Mas consideremos um pouco os antecedentes histórico-sociais para entendermos por quê esse projeto não conseguiu prosperar.

É do conhecimento dos historiadores, mas muito pouco da população, como foi cruenta a nossa história tanto na Colônia, na Independência como no reinado de Dom Pedro I, sob a Regência e nos inícios do reinado de Dom Pedro II. As revoltas populares, de mamelucos, negros, colonos e de outros foram exterminadas a ferro e fogo, a maioria fuzilada ou enforcada. Sempre vigorou espantoso divórcio entre o Poder e a Sociedade. Os dois principais partidos, o Conservador e o Liberal, se digladiavam por pífias reformas eleitorais e jurídicas, porém jamais abordaram as questões sociais e econômicas.

A rua, o lúdico e o político em São Paulo

Bloco Ilú Obá de Min. Foto: Heloisa Ballarini
Por Wagner Iglecias, na revista Fórum:

O carnaval deste ano ainda nem começou oficialmente mas São Paulo já se viu tomada, no último final de semana, por dezenas de blocos e milhares de foliões. Alguns analistas rapidamente creditaram esse crescimento à crise econômica, que levaria as pessoas a festejar essa época do ano na rua, e não em espaços fechados onde provavelmente gastariam mais dinheiro. Nada mais apressado. O fenômeno da retomada dos blocos carnavalescos já tem uns cinco anos em São Paulo e no Rio é coisa de uma década ou mais. Não se sabe por ora se é um fenômeno estritamente restrito a essa época do ano ou se trata-se de algo maior, relativo à reocupação e ressignificação do espaço público em nossas grandes cidades.

O preso político que expõe o Império

Por John Pilger, no site Outras Palavras:

Uma das aberrações jurídicas mais épicas de nossa era está sendo desmascarado. O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU – o tribunal internacional que analisa e decide se os governos cumprem ou não suas obrigações em matéria de direitos humanos – julgou que Julian Assange está sendo detido ilegalmente pelo Reino Unido e a Suécia.

Após cinco anos lutando contra difamação impiedosa, Assange está mais próximo de obter justiça – e, quem sabe, liberdade – do que jamais esteve, desde que foi aprisionado em Londres sob um Mandato Europeu para Extradição, agora já desacreditado pelo próprio Parlamento britânico.

As dinastias da Câmara dos Deputados

Por Étore Medeiros, na Agência Pública:

Conhecida por debates acalorados quando se trata de discussões sobre a “família tradicional”, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara foi cenário de um debate inusitado sobre outros tipos de famílias – as de políticos – no fim de outubro, durante a votação do Projeto de Lei nº 6.217, de 2013. Proposta pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC), a iniciativa pretende chamar a BR-101 em Santa Catarina de Rodovia Doutora Zilda Arns, excluindo naquele trecho a homenagem ao ex-governador Mário Covas. O nome do paulista batiza todos os quase 5 mil quilômetros da estrada desde setembro de 2001, seis meses após o falecimento do político.

Gestapo em Atibaia e os pedalinhos da Folha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A “força-tarefa” do Estadão destacada para acompanhar a completamente abusiva ação da Lava Jato que “investiga” a compra do sítio frequentado por Lula nos finais de semana está produzindo um festival de barbaridades para arranjar “suspeitas” sobre o imóvel que, francamente, fazem qualquer despachante ficar de queixo caído.

Primeiro, que a orientação de um advogado num contrato de compra e venda de imóvel seja “suspeita”, em lugar de corriqueira e recomendável, até.

Negócio da Globo no futebol sofre abalo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há tempos vimos alertando sobre o papel econômico e geopolítico da cooperação internacional - os tratados de cooperação entre Ministérios Públicos e Polícias Federais de vários países. Os Estados Unidos são um país no qual o conceito de interesse nacional está estreitamente associado às estratégias de suas multinacionais.

Passaram a ser o ponto central da cooperação e a exercer uma espécie de jurisdição internacional, utilizando o instrumento como estratégia de guerra comercial.