sexta-feira, 8 de julho de 2016

Golpe para entregar o pré-sal. EUA vibram!

Por Altamiro Borges

O governo dos EUA e as multinacionais do petróleo devem ter soltado rojões nesta semana para festejar, mais uma vez, o êxito parcial do “golpe dos corruptos” no Brasil. Eles já tinham comemorado a nomeação do tucano José Serra, fiel capacho da Chevron, para o Ministério das Relações Exteriores. Também aplaudiram as iniciativas do governo interino para implodir a integração latino-americana, sabotando o Mercosul. Mas nada se compara à decisão aprovada nesta quinta-feira (7) por uma comissão especial da Câmara Federal que acelera o processo de entrega do pré-sal às multinacionais do petróleo. Este sempre foi o maior objeto de desejo do império ianque, o que explica o seu silêncio diante do golpe nativo.

Revogar a Lei Áurea em nome da economia

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, disse que o governo federal deve promover “medidas muito duras'' na Previdência Social e na legislação trabalhista para equilibrar as contas públicas. E citou como exemplo as reformas ocorridas na França, afirmando que, por lá, é permitido trabalhar até 80 horas por semana (na verdade, o limite máximo é de 48 horas, com horas-extras, podendo chegar a 60 em casos excepcionais com aval de autoridades).

A declaração foi dada após um encontro com Michel Temer e cerca de 100 empresários. Em nota, a CNI afirmou que seu presidente não defendeu o aumento da jornada.

PSDB chega ao poder sem ganhar eleição

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Num regime presidencialista democrático, só há uma maneira de se chegar ao poder: ganhando eleições. Devemos estar ficando loucos, então, porque o partido derrotado em 2014 está aboletado no governo federal como se tivesse recebido votos para tal. Com Michel Temer como aliado e fantoche, os tucanos voltaram a decidir os destinos da nação. Quem não votou no PSDB na última eleição presidencial, como eu e a maioria dos eleitores do país, tem toda a razão para acreditar que fomos passados para trás pelo partido de Aécio Neves.

Relatório mostra quem lucra com as guerras

Por Nika Knight, no site Carta Maior:

Enquanto a Europa se conforma com a votação do Brexit alimentada em grande parte por um ódio xenofóbico, um novo relatório expõe como os especuladores das guerras estão influenciando políticas da União Européia para lucrar com os conflitos intermináveis no Oriente Médio bem como a onda de refugiados criada pela mesma instabilidade e violência.

O relatório Guerras nas Fronteiras: Os traficantes de armas lucrando com a tragédia dos refugiados na Europa, divulgado em conjunto pelo Instituto Transnacional (TNI) e pelo European Stop Wapenhandel na segunda-feira, destaca a busca dos comerciantes de armas pelo lucro nos conflitos intermináveis do século 21.

A crise global e o cadafalso britânico

Por A. Sérgio Barroso, no site da Fundação Maurício Grabois:

Desde 2009 temos compartilhado (e opinado) sobre a tese de que a economia capitalista mundial vem-se atolando num longo e sinuoso processo depressivo, mais que caracterizado pela queda acentuada do produto e do comércio global, pelo aumento explosivo do desemprego e do trabalho precário/temporário, isso aliado ao fenômeno da paulatina e larga deflação de preços no capitalismo, e inexorável agigantamento das desigualdades e terríveis problemas sociais no mundo inteiro – exceto na China.

A lógica das reformas do governo interino

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

As propostas de reformas do governo interino de Michel Temer reorientam a atuação do Estado para os interesses do mercado, restringem os instrumentos de luta do movimento sindical e atacam os três principais pilares do Estado de Bem-Estar: a previdência e a assistência social, a educação e a saúde universais.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 241/2016, que trata do regime fiscal, atribui aos gastos sociais (educação, saúde, previdência) e à despesa com o funcionalismo a responsabilidade pelo problema fiscal do país, ignorando solenemente os gastos governamentais com juros e amortizações, os verdadeiros responsáveis pelo déficit público.

Dois meses do golpe neoliberal

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil vive uma grave crise econômica, política, social e ambiental, mas já passamos por crises históricas semelhantes nas décadas de 30, 60 e 80. Todas elas exigiram grandes debates na sociedade, enorme participação política e disputas típicas da luta de classe. Seu desenlace sempre foi lento e só se concretizou em torno de um novo projeto, que conseguisse aglutinar uma base social para o sustentar, ou por meio de ações militares comandadas pelas classes dominantes.

E neste momento? O que está acontecendo?

Os golpistas e os motivos neoliberais

Por Euzébio Jorge, no site da UJS:

Golpistas entram em desespero ao verem o golpe esvair por entre seus dedos. A explosão midiática, a ideologização irresponsável do judiciário e o caos político não podem perdurar por muito tempo. O acordo dos setores conservadores para cessar a democracia “por um período”, deveria ocorrer até que as reformas neoliberais fossem implementadas, mas isso deveria ocorrer em um curto espaço de tempo, como fizera Mauricio Macri da Argentina. Os grandes players do capitalismo mundial não são contra a falta de democracia por valores de liberdade, ou por respeito aos direitos humanos, são contra as ditaduras por elas desequilibrarem a concorrência capitalista internacional. Acreditam que como não conseguiram dar um golpe em seus países, as grandes corporações que residem em seu território podem ser prejudicadas no comercio internacional.

Cunha começa a sua delação premiada

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ao renunciar a presidência da Câmara, Cunha tenta seu último lance antes de partir para uma delação premiada.

Ele está entregando os anéis para tentar preservar os dedos (o mandato).

O mandato é importante porque garante seu fórum privilegiado. O que faz com que seu caso seja julgado no Supremo Tribunal Federal e não pelo juiz Sérgio Moro.

O que explica a renúncia de Cunha

Da revista CartaCapital:

O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou nesta quinta-feira, 7, à presidência da Câmara, da qual estava afastado desde maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista coletiva concedida no início da tarde, Cunha se emocionou ao ler sua carta de renúncia e chorou ao agradecer o apoio da família.

“Resolvi ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores. É público e notório que a Casa está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra que não condiz com o que País espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha renúncia poderá por fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente", disse o deputado.

O que foi mais repulsivo na fala de Cunha

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não há razões para comemorar a renúncia de Eduardo Cunha. Ele tinha que estar preso há muito tempo.

Ele é um insulto a todos nós. Sua liberdade nos diminui e nos humilha, tais e tantos seus crimes.

A carta de renúncia é uma infâmia. Eduardo Cunha, como psicopata que é, consegue se apresentar como vítima, vítima da perseguição dos homens maus que não o perdoaram por ter aberto o processo de afastamento de Dilma.

A teoria da conspiração de Marilena Chauí

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O problema da esquerda, desde seus primórdios, há milhares de anos, quando algum bando de pobres se rebelou, numa aldeia do Egito Antigo, contra a opressão, e conseguiu formular suas demandas de maneira minimamente política, sempre foi a comunicação.

A razão é simples: a comunicação precisa de instrução para ganhar substância, e instrução é um luxo dos ricos. Os pobres sempre precisaram pegar no pesado, de manhã à noite, para obter o seu alimento e sustentar sua família.

Até hoje é assim.

Mesmo como bagaço, Cunha ajuda Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não precisamos nos enganar. Em julho de 2016, a renúncia do suíço Eduardo Cunha é um gesto que atende à necessidade urgente de Michel Temer de elevar o grau de legitimidade de um governo nascido de um impeachment sem prova de crime de responsabilidade. Cunha já cumpriu o papel que podia desempenhar, articulando o afastamento de Dilma, e agora pode ser dispensado como o bagaço de uma laranja. Renunciou à presidência da Câmara. Não tem a menor garantia de que poderá conservar o mandato.