domingo, 25 de setembro de 2016

Lava Jato e a liga dos convictos

Por Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O golpe-processo em curso no Brasil, desencadeado institucionalmente a partir da obscena votação de 17 de abril, de 2016, comandada por Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados, busca consolidar-se. A partir da votação de 31 de agosto quando a presença de Dilma Rousseff no Plenário do Senado Federal, desnudou ante os olhos do país e do mundo a farsa criminosa do seu impedimento sem crime de responsabilidade, o Brasil passou a viver uma espécie de Regime Parlamentarista bastardo.

A desmoralização da Operação Lava Jato

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A Operação Lava Jato entrará para a história como uma praga, como flagelo que afundou um país que ia bem na economia, na democracia e no equacionamento de seus problemas sociais e que mergulhou no caos político, econômico e institucional por moto próprio.

Ainda não é possível enxergar quanto de ruim será dito contra essa iniciativa ditatorial, farsesca, vigarista mesmo, que, para atingir objetivos eminentemente políticos, destruiu a economia, soterrou a democracia e desmoralizou as instituições.

Mas será. Todos enxergarão isso no espaço de alguns poucos anos, após a poeira amainar.

A criminalização dos movimentos sociais

Por Giane Ambrósio Álvares, no jornal Brasil de Fato:

É espantosa a disseminação na sociedade de discursos perversos que procuram minimizar ou ignorar as atrocidades praticadas durante a ditadura civil-militar. Nunca é demais repetir: foi por obra do autoritarismo e da selvageria de agentes do Estado brasileiro contra opositores políticos que no período entre 1964-1985 se registrou na história do país um saldo de aproximadamente 50 mil pessoas presas, 20 mil torturados e algo em torno de 400 mortos e desaparecidos.

O Brasil não lida bem com sua memória histórica e a tragédia representada por esses números não tem sido, ainda nos dias de hoje, motivo de preocupação para muitos agentes do Estado.

Greca, Doria e o vomito nas eleições!

Por Altamiro Borges

Na última semana de campanha para o primeiro turno das eleições municipais, as pesquisas apontam para um cenário tenebroso em várias capitais. Devido ao ceticismo reinante no país, muito em função da escandalização da política difundida pela mídia falsamente moralista, há indícios de que as urnas poderão produzir verdadeiros “vomitaços”, com a eleição de candidatos fisiológicos, reacionários e sem qualquer compromisso com a humanização das cidades. É certo que não dá para confiar nos institutos de pesquisas – seja no “Datafalha” ou no “Glopobe” –, que servem a interesses escusos nos processos eleitorais. Mesmo assim, não dá para desconsiderar totalmente os resultados das suas sondagens. E os sinais são preocupantes para o futuro da democracia brasileira.

Ministra da AGU é tucana. Acorda midiota!

Por Altamiro Borges

Manipulados pela mídia golpista, muitos brasileiros foram às ruas para rosnar pelo “Fora Dilma” com a fantasia de paladinos da ética. Concretizado o “golpe dos corruptos”, porém, alguns “midiotas” percebem, tardiamente, que serviram de massa de manobra para políticos mais sujos do que pau de galinheiro. O “ministério de notáveis” do Judas Michel Temer já defecou quatro ministros, três deles metidos em denúncias de desvios de recursos públicos. Já o quarto, Fábio Medina Osório, da Advocacia-Geral da União (AGU), saiu atirando ao ser exonerado do cargo. Em bombástica entrevista à insuspeita revista “Veja”, ativa participante da conspiração dos bandidos, ele garantiu que foi defenestrado porque “o governo quer abafar a Lava-Jato”.

Sócios na empulhação: 'parceria' Temer-MBL

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Só um idiota pode se surpreender com a notícia de que o MBL foi convocado pelo governo Temer para ajudar a pensar em estratégias para comunicar as reformas da Previdência e do trabalho.

Só um imbecil pode achar isso vai dar certo.

O MBL está virtualmente morto, como o governo Temer. A última manifestação convocada pelos kataguiris tinha menos de mil pessoas na Paulista. É um caso de auto desmoralização.

As elites agem para manter os juros altos?

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

A confirmação, pelo Banco Central, na quarta-feira, 31, dos juros mantidos há mais de um ano em 14,25% cristaliza o País como caso raro de estabilidade no topo em um mundo com predominância de taxas zero, insignificantes ou cadentes. À ineficiência econômica e ao exotismo da situação no contexto internacional, acrescenta-se outro recorde incômodo, o da maior taxa real média nos últimos 19 anos. A situação foi identificada em uma amostra de 11 países estudada por Thereza Balliester Reis e apresentada em dissertação de mestrado em junho, na Universidade de Paris.

Temer beneficia mansões de milionários

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Em que lugar no mundo um governante precisando fazer ajuste fiscal, com perda de arrecadação, mesmo sendo neoliberal, seria louco de criar uma lei reduzindo receitas sobre bens de luxo pertencentes à União, usufruídos por milionários? A resposta é: só no Brasil de Temer.

Na calada da noite, sem nenhum debate público, em 10 de junho, o ainda interino Michel Temer assinou e enviou ao Congresso a medida provisória 732/2016, que reduz a 10,54% o teto de reajuste das taxas cobradas de quem ocupa terrenos da União.

Intelectuais condenam abusos da Lava-Jato

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Do site Carta Maior:

A ordem pública brasileira vem sendo ameaçada sistematicamente por aqueles que deveriam protegê-la.

O direito ao protesto coletivo vem sendo coibido por intervenções provocativas, abusivas e desproporcionais por parte da Polícia Militar, como se a velha polícia política das ditaduras estivesse de novo às soltas.

Ano a ano, cidadãos brasileiros invisíveis são conduzidos coercitivamente a depoimentos - ou algo pior - sem serem intimados pela justiça.

Temer ouvirá as vítimas de suas reformas?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Cortador de cana
Servente de pedreiro
Carvoeiro
Roçador de juquira
Operário de frigorífico
Colhedor de fumo
Mineiros
Segurança particular
Gari
Profissional do sexo
Motoboy
Pescador comercial
Trabalhadora empregada doméstica
Caminhoneiro
Costureira
E, sem se esquecer, professor.


Michel Temer quer convocar movimentos que ajudaram no processo de impeachment para a tornar as reformas trabalhista e previdenciária mais palatáveis para a população. Em outras palavras, dourar a pílula da imposição dos 65 anos como idade mínima para aposentadoria e enfiá-la goela abaixo da xepa sem discussão.

O absolutismo predomina na Lava-Jato

Por Leonardo Isaac Yarochewsky, na revista Caros Amigos:

No século XVII o rei detinha o poder absoluto. Ele legislava, governava, administrava a justiça e comandava o exército. O rei absolutista impunha respeito à sua autoridade por meio da força militar e da cobrança de impostos. Valia-se também da “teoria do direito divino”. Segundo essa teoria, o rei recebia o poder de Deus e era, portanto, seu representante na Terra. Coloca-se acima da sociedade, da Igreja e do Papa. Opor-se ao rei significava opor-se a Deus. Com isso toda população estava obrigada a seguir uma única fé: a religião do rei, “Um rei, uma lei, uma fé“, lema de Luís XIV. O regime absolutista caracterizou-se pela intolerância religiosa e pelas violentas perseguições a quem se opunha à religião do rei.

Grande mídia ignora confissão de Temer



Por Glenn Greenwald, no site The Intercept-Brasil:

Ontem, Inacio Vieira do The Intercept Brasil expôs uma das mais significativas provas das verdadeiras motivações por trás do impeachment da presidente eleita, Dilma Rousseff. Em palestra para um grupo de empresários e dirigentes da política externa americana, o atual presidente, Michel Temer, admitiu que não foram as pedaladas fiscais que deram início ao processo de impeachment, mas a oposição de Dilma à plataforma neoliberal, composta de cortes em programas sociais e privatizações, proposta pelo PMDB.

Os muitos golpes do golpe

Por Paulo Teixeira e Raimundo Bonfim, na revista Fórum:

O golpe chegou às escolas. Em vez de promover amplo debate sobre o que deve mudar na Educação, Michel Temer assinou uma medida provisória que institui retrocessos evidentes, como a tendência à supressão do curso noturno e a não obrigatoriedade do ensino de artes e educação física no Ensino Médio. De forma arbitrária, Temer torna a educação pública menos inclusiva (o período noturno responde hoje por um terça das matrículas e é fundamental para quem trabalha durante o dia, impossibilitado de migrar para o ensino diurno, integral ou não) e estabelece um modelo de escola voltado mais para o mercado do que para a formação integral do estudante (o que acontece quando se retiram disciplinas e se obrigam jovens de 14 anos a escolher um campo de estudos).