segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A estranha comemoração do tucano cassado

Por Antonio Barbosa Filho

O recém-empossado ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Napoleão Nunes Maia Filho, pode estar sendo grampeado ou tendo seus pensamentos monitorados de alguma maneira: o ex-prefeito de Taubaté (SP), Bernardo Ortiz Júnior (PSDB), cassado por aquela corte, promoveu carreata no sábado passado comemorando sua vitória num julgamento que ocorrerá apenas neste dia 25 ou na sessão do dia 27!

No dia 1o de agosto, o TSE havia confirmado a cassação do ex-prefeito, acusado de usar propinas recebidas na compra de mochilas escolares pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação do Governo Alckmin, então presidida por seu pai, o também ex-prefeito José Bernardo Ortiz. Votaram pela punição ao tucano o ministro relator Herman Benjamin (que afirmou: "Quem faz isso com dinheiro da Educação, é capaz de qualquer coisa") e as ministras Maria Thereza de Assis Moura, Rosa Weber e Luciana Lóssio. 

Itaquerão de Lula é um insulto ao leitor

Foto: Ricardo Stuckert
Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

O esforço da Folha de S. Paulo, em parceria com os vazadores da Lava Jato, para destruir a imagem do ex-presidente Lula e inviabilizá-lo para 2018 está virando um insulto aos leitores mais despertos.

Em 29 parágrafos, a reportagem "Itaquerão foi presente para Lula, diz Emílio Odebrecht" faz contorcionismos para legitimar uma delação que sequer existe oficialmente e que, portanto, não tem valor jurídico contra Lula.

Aliás, nem se sabe se será aceita pela Justiça, pois, em tese, não basta dizer que o estádio foi uma "espécie de presente", um "agrado" da Odebrecht ao ex-presidente pelo, digamos assim, conjunto da obra - ou dois mandatos presidenciais em solidariedade à empreiteira, que cresceu 7 vezes nesse período, destacou a Folha. Qualquer acusação precisa ser corroborada por provas.

PEC-241 pode tirar até 90% da cultura

Por João Brant, no site Brasil Debate:

A aprovação da PEC 241 poderá afetar profundamente o orçamento da cultura. Mantidas as condições atuais, em cinco anos a pasta pode perder 33% do seu orçamento nominal, o que significaria a perda de cerca de 90% de seu orçamento voltado para ações finalísticas, o que inclui todos os editais, obras (inclusive do PAC Cidades Históricas) Fundo Nacional de Cultura, convênios com estados e municípios, entre outros.

As ocupações e o compromisso com o Brasil

Editorial do site Vermelho:

É característica das ditaduras a reação policialesca do ocupante do Ministério da Educação, Mendonça Filho, à mobilização dos estudantes contra a reforma do Ensino Médio e o projeto de lei chamado de “Escola sem Partido” ou “Lei da Mordaça”, e contra a PEC 241 que reduz severamente as verbas públicas para a educação.

Em ofício enviado na quarta-feira (19) o MEC queria transformar os dirigentes dos institutos federais de educação em informantes. A resposta foi um claro “não” daqueles dirigentes, ao mesmo tempo em que a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) denunciou aquela tentativa policialesca e garantiu que as ocupações continuam.

O golpe administra o ritmo das maldades

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Pressionado pelas forças econômicas que o patrocinaram, o governo golpista sabe que implementar o conjunto de medidas que lhe exigem inevitavelmente implicará em impactos sociais que podem desembocar em uma situação de explosividade social.

A PEC 241, que define o teto dos gastos, é similar ao Ato Institucional nº 1, da Ditadura Militar, que também definia um teto para gastos público. O mesmo arsenal midiático utilizado para proporcionar o recente golpe é acionado para justificá-la, para saudar a rapidez da aprovação da emenda em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Fala, Cunha. Fala!

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Há quem pense em propor ao juiz Sergio Moro o bloqueio de uma possível delação de Eduardo Cunha. O ex-deputado, preso há poucos dias, poderia empurrar o Brasil para o abismo, como dizem as línguas mal acomodadas à boca. Ele seria, e de fato é, senhor de muitos segredos.

Por isto é necessário Cunha falar mesmo se perturbar, por exemplo, a tranquilidade de Michel Temer, substituto de Dilma na Presidência da República a partir de um golpe parlamentar.

Resgate-se contra essa proposta indecente o brado retumbante de Stanislaw Ponte Preta: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”.

PEC-241: calamidade no SUS e na educação

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Os brasileiros devem ir se preparando para tempos tenebrosos. Justamente quando a PEC 241, que ao congelar o gasto público por 20 anos produzirá o encolhimento e a degradação dos serviços públicos, especialmente de educação e saúde, a crise vem empurrando uma multidão de alunos do ensino privado para a escola pública, ao mesmo tempo que cresce a massa de brasileiros que desiste de pagar os planos de saúde cada vez mais caros, passando a depender de atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.

PM de Alckmin é condenada por violência

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o governo tucano de Geraldo Alckmin foi condenado em primeira instância pela truculência praticada pela Polícia Militar durante às manifestações de junho de 2013. A decisão foi proferida na quarta-feira (19) pelo juiz Valentino Aparecido Andrade, da 10ª Vara da Fazenda Pública da capital. A sentença fixou o pagamento de R$ 8 milhões por danos morais e também orientou que a polícia paulista elabore um protocolo de atuação para ser usado nos protestos. Entre outros itens, ele deverá incluir a obrigatoriedade de identificação dos agentes, com nome e posto visíveis na farda.

TV aberta pode perder 10% em publicidade

Por Altamiro Borges

Os barões da mídia vão ter que bajular muito o usurpador Michel Temer para evitar um desastre ainda maior no seu modelo de negócios. Só mesmo com muitas mamatas do poder - via aumento das verbas de publicidade oficial e outras maracutaias - para escapar do precipício que se avizinha. Nesta sexta-feira (22), o jornalista Ricardo Feltrin postou no UOL um artigo que evidencia a gravidade da crise no setor. Segundo descreve, com o agravamento da recessão econômica e o fim das Olimpíadas, a TV aberta pode perder até 10% do seu faturamento em publicidade do setor privado neste ano. Além das razões político-ideológicas, o apoio ao "golpe dos corruptos" teve uma forte motivação mercenária. E ainda tem "midiota" que acredita na demagogia "ética" dos barões da imprensa.

Gasolina sobe e mídia cai no ridículo

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a mídia chapa-branca - animada com o aumento das verbas publicitárias do covil golpista - fez o maior escarcéu com a "histórica" redução do preço da gasolina. O anúncio da direção entreguista da Petrobras virou capa dos jornalões e motivo de comentários excitados nos telejornais - apesar da queda ser de apenas um centavo (R$ 0,01). Alguns "calunistas" chegaram a afirmar que a medida teria forte impacto na inflação e possibilitaria a rápida retomada do crescimento da economia. Haja servilismo e péssimo jornalismo! A realidade, porém, é cruel e serve para desmoralizar ainda mais a já desacreditada imprensa nativa, que perde crescentemente tiragem e audiência.

'Reforma' do ensino médio, a quem interessa?

Por Raimundo Angelim, na revista Teoria e Debate:

O debate acerca da reforma do ensino médio nos remete a um breve retorno ao ano de 1996, período em que foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96), que teve o propósito de substituir a Lei nº 5.692/71 e suas alterações. Naquela época muito se insistiu na modernização do sistema educacional brasileiro, para que atendesse, antes de tudo, o fortalecimento das ações educativas capazes de contribuir com a inclusão social e o rompimento das diferenças entre classes, até então sustentadas por um modelo de educação que segregava.

Lava-Jato faz mal para a democracia

Por Eduardo Hollanda e Luiza Villaméa, na revista Brasileiros:

Subprocurador-geral da República, professor de Processo Penal da Universidade de Brasília e ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão defende que, diante de um fato complexo, é legítimo investigar a partir de um modelo teórico. Por princípio, esse modelo deve ser flexível, para ser alterado à medida que as provas se acumulam e as investigações avançam para um ou outro lado. Pela análise de Aragão, é justamente nesse ponto que começam os problemas da Operação Lava Jato: “Os integrantes da força-tarefa, até por uma questão de vaidade, insistem no modelo original. E ficam socando a prova obtida dentro das categorias que criaram”.