segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Record quebra a blindagem de Aécio Neves

A morte de Dona Marisa e a exceção

Por Tarso Genro

Dona Marisa Letícia foi uma pessoa comum, como somos a maioria dos brasileiros, com as nossas humanidades cheias de grandezas e defeitos. Pessoa boa, educada, fraterna e sensível. Só que Marisa Letícia, pela sua relação amorosa com Lula, com quem realizou e cuidou de uma família – um político originário da classe operária e uma mulher da mesma origem – foi jogada num turbilhão político. Primeira Dama do país, respeitosa dos protocolos, foi consciente da suas responsabilidade, mas não para estar “atrás” de um grande homem, mas ao seu lado. Nos seus momentos de glórias, vicissitudes e resistência, lá estava a “Galega”, como lhe chamava Lula, cumprindo o papel que o destino e a militância lhe reservou.

AVC democrático e hemorragias de ódio

Por Marcelo Zero

Que o Brasil vai mal, todo mundo sabia. Que o outrora país do “homem cordial” se tornou o país do homo lupus homini de Hobbes, do ódio desenfreado, também já parecia evidente para todos há algum tempo.

Mas há fatos que chocam.

A reação dos nossos conservadores protofascistas à doença e à morte de Dona Marisa Letícia, bem como ao discurso de Lula em seu velório, extrapolou tudo o que se tinha visto até aqui.

E olha que não foi pouco. Há anos que Lula e sua família vêm sendo vítima de uma caçada judicial e mediática impiedosa, de uma lawfare cruel e sistemática.

Marisa Letícia e a força do caráter

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Passado o choque de uma morte precoce e injusta, será preciso acompanhar, passo a passo, a investigação e a necessária punição dos doutorzinhos e doutorazinhas de instinto assassino que envergonharam o país com atos criminosos durante o AVC de Marisa Letícia, sem respeitar direitos de paciente e a privacidade de cidadã em luta pela vida.

A esse respeito, não custa lembrar que teriam honrado o diploma universitário se ajudassem a esclarecer as circunstâncias psicológicas de uma tragédia iniciada 24 horas depois que a Polícia Federal esteve no apartamento de Marisa e Lula em São Bernardo, revirou móveis, abriu pastas, levantou o colchão do quarto do casal.

A tática para derrotar o governo golpista

Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:

Com as eleições às mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a designação das lideranças da coalizão governista nas duas casas e a nomeação de mais um membro da cúpula tucana para o núcleo político do Planalto, o regime do golpe completa o alinhamento das suas fileiras para dar continuidade à brutal ofensiva antinacional e antipopular no início do ano político de 2017.

A esquerda, por seu turno, aprofundou suas divisões, não somente com o confronto entre partidos do mesmo campo, mas também no interior de cada um.

'PL das teles' volta ao Senado

Por Ramênia Vieira, no site do FNDC:

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), enviou à sanção presidencial na terça-feira, dia 31, no seu último ato na presidência da Casa, o Projeto de Lei da 79/2016, que altera a Lei Geral das Telecomunicações. Vários senadores que se opõem ao projeto apontaram o ato de Calheiros como uma afronta às normas regimentais do Senado, pois havia na mesa diretora da Casa um pedido para que o projeto fosse ao plenário.

Big Data: Toda democracia será manipulada?

Por Hannes Grassegger e Mikael Krogerus, no site Outras Palavras:

No dia 9 de novembro, por volta das 8h30, Michal Kosinski acordou no Hotel Sunnehus em Zurique. O pesquisador de 34 anos estava ali para dar uma palestra no Instituto Federal Suiço de Tecnologia (ETH, na sigla em inglês) sobre os perigos do Big Data e da revolução digital. Kosinski fala sobre esse assunto regularmente, em todo o mundo. Ele é um especialista em psicometria, um sub-ramo da psicologia baseado em dados. Quando ligou a TV naquela manhã, contrariamente às previsões de todos os principais estatísticos, viu que a bomba explodira: Donald J. Trump fora eleito presidente dos Estados Unidos.

A eutanásia do investimento no Brasil

Por Juliano Giassi Goularti, no site Brasil Debate:

Quando John Maynard Keynes publicou a Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda (1936), teve como preocupação central o emprego, pois estava olhando para os estragos da crise de 1929 na economia norte-americana, que provocou de imediato 4,6 milhões de demissões (1929), 7,8 milhões (1931), 11,6 milhões (1932) e 16 milhões (1933).

Com o desenvolvimento do mercado financeiro nos anos 1920, a possibilidade de os homens de negócios fazerem fortuna fácil e ganhar dinheiro rápido com ações/ativos/títulos (líquidos/moeda) produzia uma expectativa de rendimento esperado superior aos investimentos fixos/físicos (máquinas/equipamentos). Utilizando uma das frases de impacto de Keynes, estavam assim os proprietários de riqueza preferindo a “Lua ao invés de Queijos Verdes”.

As peripécias de Aécio no propinoduto

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Imagine que um simples comerciante do interior de Minas Gerais tenha sido preso por participar de um esquema de vendas de habeas corpus para traficantes de drogas em conluio com um desembargador.

Imagine que este comerciante seja primo de um político responsável pela nomeação do desembargador que mais tarde se tornaria seu comparsa no esquema.

Agora, imagine que o comerciante e o desembargador tenham sido presos e que o Fantástico tenha feito uma excelente reportagem de quase 12 minutos sobre o assunto, mas não citou que o político em questão levava o nome de Aécio Neves (PSDB/MG).

Ódio, insensibilidade e falta de ética

Por Emilio Rodriguez e Francisco Vagner, no site Jornalistas Livres:

Muitos são-roquenses ficaram indignados e preocupados com a notícia sobre a falta de ética do médico neurocirurgião Richam Faissal El Hossain Ellakkis. Este, que atua na cidade, fez um comentário sobre o estado de saúde de dona Marisa Letícia Lula da Silva (1950-2017) que horroriza qualquer pessoa. “Esses fdp vão embolizar ainda por cima”, escreveu em um grupo de WhatsApp, em referência ao procedimento que provoca o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local. “Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, arremata o neurocirurgião.

O problema não é você, é o Lula

Por Renato Rovai, em seu blog:

Eu entendo você que achou um absurdo o Lula falar no velório da dona Marisa, mas achou o máximo acompanhar por horas a cobertura ao vivo do velório do Eduardo Campos pela Globo. Que não teve apenas um discurso, mas inúmeros.

Que teve rojões, carro de bombeiro, músicos cantando, candidatos disputando os melhores lugares para aparecer e uma herdeira política da chapa que não saiu do lado do caixão.

Lava-Jato ameaça bancos e imobiliárias

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Reportagem da CartaCapital, e um comentário sobre ela do blog Conversa Afiada, trazem informações alarmantes sobre as consequências trágicas do golpe para a economia brasileira.

A campanha midiática-judicial para destruir as maiores empresas brasileiras de construção civil chegou aos bancos, naturalmente, visto que essas companhias – como todas – estão sempre rolando dívidas no sistema financeiro.

A estratégia tucano-global (PSDB + Globo) para recuperação da economia costuma sempre esquecer um detalhe: é preciso consumidores. Se o governo aposta apenas em demissão, recessão, cortes, como haverá recuperação do consumo e, portanto, como haverá recuperação do faturamento das empresas e, por fim, como haverá recuperação fiscal?

Marisa Letícia e a resposta ao ódio

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Dona Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, morreu num contexto politico conturbado. Nas palavras do próprio Lula, “ela morreu triste” e também traumatizada.

Diz-se que todas as instituições funcionam. Mas não se qualifica o seu funcionamento. Funcionam mal. Em outras palavras não funcionam. Se tomamos como referência a mais alta corte da nação, o STF ai fica claro que as instituições estão corrompidas, incluindo a PF e o MP. Especialmente o STF é atravessado por interesses políticos e um dos seus ministros, de forma escancarada, rompe diretamente a ética de todo magistrado, falando criticando, atacando fora dos autos e tomando claramente posição por um partido; nada acontece, no nosso vale tudo jurídico, quando deveria sentir o rigor da lei e sofrer um impeachment.

Lula devia ficar calado no velório de Marisa?

Foto: Adonis Guerra/SMABC
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Então ficamos combinados que Lula deveria ter permanecido calado no velório de Marisa Letícia. Assim declaram os fiscais do luto.

O Brasil dos cidadãos de bem está denunciando o “uso político” que ele fez do ato ecumênico no enterro de sua mulher em São Bernardo do Campo.

Num discurso de cerca de 20 minutos, interrompido algumas vezes pelo choro, com momentos tocantes e outros divertidos, Lula contou que “Marisa morreu triste”.

Lava-Jato e o dedo-duro profissional

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Reportagem de O Globo, hoje, retrata o desemprego e a paralisia das obras tocadas pelas empreiteiras da Lava Jato.

Em duas, apenas – a Odebrecht e a Camargo Correa – estima-se em 68 mil demitidos. Como é notório que grandes obras são feitas em regime de subempreitada com empresas menores, que contratam o grosso do pessoal, pode multiplicar à vontade este número.

Trump e a sabotagem no Brasil

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Estão muito enganados aqueles que acreditam que o neo-isolacionismo dos EUA quer dizer que, sob Trump, os Estados Unidos ficarão indiferentes ao que ocorre na América Latina.

O discurso de construção do muro separando fisicamente o Texas, o Novo México, o Arizona e a Califórnia, do país dos quais foram arrancados, à ponta de fuzis e baionetas, no século XIX, e a pressão para que as fábricas - norte-americanas ou não - que estão no México, abandonem o sul do Rio Grande e levem seus empregos e instalações para os Estados Unidos, caso queiram continuar vendendo para o maior mercado do mundo, mostram que, se pudesse, o Grande Irmão do Norte gostaria de voltar a transformar, pejorativamente, os latino-americanos e caribenhos em um bando de índios semi-escravos e analfabetos, produtores e exportadores de insumos e matérias-primas que não pudessem ser obtidos nos EUA, como café e bananas, por exemplo.