quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Os escassos sinais de recuperação econômica

Por Marcelo P.F. Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Diante da deliberada omissão das autoridades econômicas no sentido de acionar instrumentos capazes de reanimar os motores da economia brasileira, são ainda escassos os sinais a respeito da recuperação econômica. A cada setor ou segmento de atividade que registra um dado positivo, um outro surge apontando no sentido inverso.

Tem sido assim desde o início do ano, com pequena vantagem para os primeiros. Na presente semana, a 48ª do ano, não foi diferente. Como nos passos do tico-tico, sinaizinhos tênues em sentidos díspares ainda não autorizam vislumbrar voos mais altos de nossa economia.

Bolsonaro é filho da Lava-Jato e da Globo

Por Daniel Giovanaz, no jornal Brasil de Fato:

Lançamento de livro, palestra e curso sobre a formação da sociedade brasileira. Em pouco mais de 24 horas, o sociólogo Jessé Souza fez da chamada “República de Curitiba” um espaço de debates sobre o Poder Judiciário e a operação Lava Jato.

A passagem do intelectual potiguar pela capital paranaense, na semana passada, foi simbólica. Não só porque Curitiba é a cidade-sede da Lava Jato, mas porque a palestra aconteceu no campus Santos Andrade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde o juiz Sérgio Moro trabalha há dez anos como professor de Direito.

A Fifa e o fio desencapado da Globo

O Brasil é refém de uma ideia perigosa

Por Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

A editora Autonomia Literária marca um gol de placa ao lançar a edição brasileira do consagrado livro “Austeridade: a história de uma ideia perigosa”, de Mark Blyth. A austeridade é marca registrada da crise econômica brasileira e pré-requisito para se entender o sentido dos sacrifícios impostos à população brasileira; a precarização dos serviços públicos, a redução das transferências sociais, os milhões de novos desempregados etc. Com a leitura do livro se entende que a austeridade tem uma longa história de fracassos e que, no fundo, trata-se de programa de distribuição de renda e riqueza ao revés. Para além de perigosa, a austeridade é uma ideia falaciosa, repetida incessantemente pelo governo e pelos meios de comunicação no Brasil. Desconstruir essa ideia e a retórica que a sustenta é uma tarefa necessária.

A destruição do Brasil e o corno da rua

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Se, como dizia Von Clausewitz, a guerra é a continuação da política por outros meios, na encarniçada guerra em que se transformou a política, nos dias de hoje, a missão do jornalismo deveria ser a de escrever a história enquanto ela ocorre e acontece, se a mídia não estivesse, na maioria das vezes, a serviço de seus próprios interesses e de projetos de poder mendazes, hipócritas e manipuladores.

Só os ingênuos acreditam em imprensa isenta em uma sociedade capitalista - na qual ela defende o interesse de seus donos e anunciantes - e mais ainda em um país como o Brasil, em que praticamente inexistem meios de comunicação públicos, quanto mais democráticos e de qualidade, como em outros lugares do mundo.

Sobre lucros, raposas e galinhas

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

O país atravessa a mais grave recessão da história, com quase três anos de queda da produção industrial, diminuição da renda e elevação do desemprego. O lucro líquido dos quatro maiores bancos do Brasil cresceu 10,4% no 3º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Segundo estudo da empresa Economatica, a soma dos lucros do Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander no período entre julho e setembro, alcançou R$ 13,6 bilhões ante R$ 12,3 bilhões no mesmo período do ano passado. O maior lucro foi o do Itaú Unibanco, que chegou a R$ 6,077 bilhões. Dos três bancos, dois são privados, um inclusive, estrangeiro.

Por que Alckmin não fechou a TV Cultura?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Antes de mais nada devo dizer: eu apoio a campanha “Eu quero a Cultura viva”, que defende a preservação e a independência da TV Cultura de São Paulo, uma emissora com forte tradição e espírito público, apesar do desmantelamento e debilitação por que passou e vem passando nos governos tucanos. Viva sempre a TV Cultura. Isto posto, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, se for eleito presidente, o governador Geraldo Alckmin pretende privatizar estatais “petistas”, como se empresas públicas tivessem DNA partidário só por terem sido criados no governo de um partido. Entre elas, a EBC, a Hemobrás e a EPL. 

'Liga da Justiça' é uma ameaça à democracia

Por Jeferson Miola

Na segunda quinzena deste mês de novembro, estreou no Brasil o filme norte-americano Liga da Justiça, que lidera a venda de ingressos. Em menos de 15 dias, arrecadou mais de R$ 80 milhões.

A sinopse oficial do filme explora a épica do heroísmo:

“Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman, Bruce Wayne [Batman] convoca sua nova aliada Diana Prince [Mulher-Maravilha] para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes - Batman, Mulher-Maraviha, Aquaman, Cyborg e The Flash –, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque”.

A vida das mulheres como moeda de troca

Por Maria do Rosário, no site Mídia Ninja:

O Parlamento brasileiro segue nos surpreendendo negativamente. Nós que nos últimos anos vimos decisões sérias como o fim do financiamento empresarial de campanha mudarem da noite para o dia após serem votadas duas vezes; a aprovação de mais de cem alterações na Consolidação das Leis Trabalhistas; o afastamento de uma presidenta legítima do cargo que conquistou nas urnas; e um golpista ser duas vezes poupado de necessárias investigações mesmo diante de robustas evidências de seus delitos, agora nos deparamos com a deturpação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tem como o único objetivo penalizar ainda mais as mulheres, particularmente as vítimas de violência sexual.

Parlamentarismo é golpe baixo e perigoso

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

A falência da velha Nova República tem deixado espaço para todo tipo de excrescência política. O primeiro a aproveitar-se do vácuo, o Judiciário resolveu assumir o comando. Ante um Congresso desmoralizado e um Executivo sem legitimidade, os procuradores e juízes da Lava Jato apresentaram-se como os salvadores da pátria.

Depois foi a vez de despontar uma legião de “outsiders”, surfando na onda da antipolítica, que tem hoje como sua principal expressão um deputado que faz carreira há seis mandatos e quer se apresentar como novidade. Agora, a cartada mais recente de “renovação” é o debate sobre o parlamentarismo.

PSDB quer mais mercado e privatização

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O PSDB apresentou nesta terça (28) as diretrizes do programa partidário, que deve pautar sua candidatura ao Planalto. O texto, além de exaltar os governos FHC, propõe um "choque de capitalismo" e ações como ampliar privatizações e rever o acesso dos mais ricos a serviços públicos gratuitos. Para o economista Guilherme Mello, após 15 anos, a sigla voltou a ter coragem de defender o impopular “legado” da década de 1990. Resta saber se também reconhecerá como seu o saldo negativo da gestão Temer.