quinta-feira, 9 de março de 2017

A pinguela da reforma previdenciária

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Sentindo o vento da lista de Janot nas costas, e tentando empreender uma “fuga para a frente”, Temer e seu governo aproveitaram até a notícia de um desastre, a recessão de 2016, para vender a ilusão de que a economia reage. Espetaram a conta em Dilma como se o golpe, com seus erros e incertezas, não tivesse contribuído, a partir de abril, para a grande depressão. E tome discursos terroristas sobre a imprescindibilidade das reformas: Temer fixou prazo para a aprovação da reforma previdenciária, que as mulheres estão hoje nas ruas combatendo, para a votação da trabalhista e agora anunciou mais uma, a tributária. Os líderes prometem fazer tudo que o Planalto mandar mas algumas tábulas da pinguela estão balançando e ameaçam se soltar. A bancada da bala, um dos pilares da base, está refugando a reforma. Outros grupos estão ruminando em silêncio sobre mudanças que o governo diz que não aceita.

Quanto vale uma esfirra, João Victor?

Por Laura Capriglione, no site Jornalistas Livres:

Laudo necroscópico do Instituto de Criminalística (IC), ligado à Polícia Civil de São Paulo, afirma que o menino João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, morreu no dia 26 de fevereiro, no Habib's da Avenida Itaberaba, Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da cidade, depois de usar lança-perfume e cocaína.

Família exige Justiça!

Extrema coincidência, o menino teve uma parada cardiorrespiratória menos de um minuto depois de ser perseguido por um gerente e um segurança do Habib’s –a cena foi flagrada por uma câmera de segurança localizada na escola de idiomas Wizard, vizinha do restaurante. Duas testemunhas disseram à polícia que o menino foi agredido com um soco desferido pelos funcionários.

O quem-é-quem da burguesia brasileira

Por Igor Fuser, no site Outras Palavras:

O golpe de estado de 17 de abril de 2016 atropelou as ilusões de quem acreditava nas virtudes infinitas da política de conciliação de classes – a ideia de que seria possível superar o apartheid social e o subdesenvolvimento no Brasil sem confronto com as elites dominantes, mas apenas por meio do crescimento da economia. No pós-golpe, essas mesmas elites demonstram plena convicção de que agiram corretamente, em defesa dos seus interesses.

Tal como ocorreu em tragédias históricas anteriores, como o golpe de 1964, o campo progressista discutirá ainda por muito tempo os fatores e as circunstâncias da derrubada de Dilma Rousseff, a começar pelos motivos da espantosa passividade das camadas mais pobres da população, as mais beneficiadas pelos governos liderados pelo PT.

CIA usa smart TVs como grampos

Por Sam Biddle, no site The Intercept-Brasil:

É difícil comprar uma TV nova que não venha com um software “smart” (geralmente medíocre) oferecendo ao seu home theater as funções normalmente encontradas em telefones e tablets. Mas trazer esses recursos adicionais para sua sala significa trazer também um microfone — o que está sendo explorado pela CIA, segundo novo conjunto de documentos publicados hoje pela WikiLeaks.

De acordo com os documentos, o programa da CIA chamado “Weeping Angel” (Anjo Choroso) deu aos hackers da agência acesso às TVs Samsung Smart, permitindo que o microfone embutido do controle por voz fosse manipulado remotamente enquanto a TV aparentemente permanecia desligada. O recurso é conhecido como “Fake-Off mode” ou “Modo Desligado Falso”. 

Rodrigo Maia, o "preposto do capital"

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Ex-presidente das associações paulista, brasileira e latino-americana de advogados trabalhistas, Luís Carlos Moro considerou "panfletária, agressiva e preconceituosa" a declaração feita ontem pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra a existência da Justiça do Trabalho. "Não é uma declaração de um presidente de casa legislativa da importância da Câmara. É absolutamente inarrazoada, do ponto de vista político e institucional. Ele fez uma agressão institucional, não emitiu uma opinião política. É um agressor da ordem jurídica", afirmou Moro.

Carta ao machista não eleito Michel Temer

Por Mariana T. Noviello, no blog Cafezinho:

Michel Temer.

As manifestações vindas de todos os cantos, das redes sociais, dos jornais e até da Rede Globo, já demonstraram o desconforto criado pela a sua fala no Dia Internacional das Mulheres. Portanto, espero não repetir aqui o que já foi dito.

Primeiro, não vou chamar a sua fala de ‘gafe’ porque uma gafe implica em erro. E o seu discurso não foi um ‘erro’. Com certeza você (não vou chamá-lo de Sr. porque você não merece o meu respeito, e na verdade até esse ‘você’ soa muito informal para me direcionar a alguém com quem não quero ter nenhuma intimidade) trabalha com assessores e talvez até tenha sido aconselhado a dizer o que disse, pensando que boa parte da população se identificaria com os seus sentimentos.

Onda Doria faz lembrar onda Collor em 89

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

De repente, do nada, forma-se uma onda grande no mar aberto.

A depender dos ventos, pode morrer logo ali na frente ou ganhar força e chegar à praia arrastando tudo o que encontra pela frente.

A imagem marítima me fez lembrar o que aconteceu com a onda Collor em 1989 e pode se repetir agora com Dória.

Em meados de 1988, fui um dos três jornalistas convidados pelo SBT para entrevistar Fernando Collor de Mello, então governador de Alagoas.

O que diz o PIB de 2016?

Por Pedro Paulo Zahluth Bastos, no site Vermelho:

A queda de 3,6% do Produto Interno Bruto de 2016 frustrou mais uma vez as previsões das consultorias e departamentos econômicos de bancos, que não entenderam a natureza da crise brasileira e, desde 2014, consideravam que a transparência e os cortes de gasto prometidos por Joaquim Levy recuperariam a economia brasileira.

No fim de 2014, o boletim Focus, com a previsão das instituições financeiras, apontava para um crescimento de 0,9% em 2015, depois que Levy anunciou seu programa de cortes. Após o tombo de 3,8% em 2015, a previsão para 2016 era um tombo menor que 3%, com recuperação firme a partir de meados do ano.

Lava-Jato e o "acordo" da Odebrecht

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Contribuindo, não se sabe se conscientemente ou não, para dar uma "levantada na bola" da operação, e enganar e manipular a população, parte da mídia comemora, no alto de suas páginas, a suposta "recuperação" - que poderá levar cerca de 25 anos, prazo que algumas empreiteiras terão para "pagar" as penalidades - de mais de 11 bilhões de reais, pela Lava-Jato.

Como se bilhões em dinheiro "roubado" dos cofres públicos estivessem voltando, vitoriosamente, para os cofres do erário.

E os prejuízos econômicos causados por essa operação, em empregos, quebra de acionistas e fornecedores e projetos sucateados e interrompidos, não fossem muitíssimo maiores do que a quantia publicada nas manchetes em letras garrafais.

Por que mudar? Mudar por quê?

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

Nem mesmo a entrada no período da quaresma tem facilitado a vida do ocupante do Palácio do Jaburu. A impressão que se tem é que 2016 insiste em se estender ainda mais a cada dia que passa, resistindo bravamente a ceder o passo para a plenitude de 2017. Foi-se o réveillon e nada. Os mais otimistas argumentavam que tal pressa em cobrar resultados não fazia sentido. Afinal tudo no Brasil só começa, de fato, depois do Carnaval. Pois bem, na sequência veio o desfile do Rei Momo e também nada. Tudo indica que a barra está mesmo bem pesada pelo lado de lá, pois a estadia no Palácio do Alvorada exigiu reforma especial e durou apenas uns poucos dias, além de muitos mil reais.

Rodrigo Maia, o escravocrata parlamentar

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se alguém precisava de alguma prova de que um verme moral preside a Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia a deu hoje.

Veja o que ele diz no Estadão:

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu fortemente a mudança da legislação trabalhista nesta quarta-feira, 8, e, ao reclamar do excesso de regras para a relação entre patrão e empregado, sugeriu que a Justiça do Trabalho “não deveria nem existir”. Contrariado com a proposta de reforma considerada “tímida” produzida pelo governo, Maia disse que a Câmara deve dar “um passo além”

FMI avisou que o golpe quebraria o Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em um ano marcado por turbulências políticas, a economia brasileira encerrou 2016 com queda de 3,6% no PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com dados divulgados pelo IBGE na terça-feira (7).

Nesta semana, ficamos sabendo que os brasileiros empobreceram 9,1% (em média) diante da recessão.

Uma pesquisa do Banco Mundial confirma o que se vê todos os dias nas ruas das grandes cidades –aumentou o número de pobres e miseráveis no Brasil.

A recessão e o desemprego provocaram a elevação da taxa de pobreza de 7,4% para 8,7% em 2015.

Temer quer destruir o movimento sindical

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

Como não há limite para a calhordice no governo do usurpador, a bola da vez agora é o projeto que visa a terceirização irrestrita das relações de trabalho. E, para esconder os objetivos nefastos desse projeto, mais uma vez os golpistas apelam para a mentira mais deslavada.

O governo ilegítimo não pretende "regulamentar a terceirização" coisa nenhuma, como têm repetido seus representantes no Congresso Nacional. O que ele busca é a ampliação radical da precarização e da informalidade, com queda substancial dos salários, corte de direitos estabelecidos pela CLT e a destruição da organização sindical dos trabalhadores.

Política de Temer aprofunda a recessão

Do site da Fundação Perseu Abramo:

A queda do Produto Interno Bruto de 3,6% em relação a 2015, quando a economia já havia retraído 3,8%, de acordo com dados divulgados hoje pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma uma tendência de aprofundamento da recessão.

De acordo com o economista da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, os dados refutam a hipótese de que uma simples mudança de governo seria suficiente para fazer a credibilidade empresarial voltar ao país e a economia sair da recessão. Instituída a política econômica do atual governo, o que houve, de fato, foi um aprofundamento da recessão.

O machismo tosco de Temer não foi gafe!

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

A cada 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, nós, homens, deveríamos parar, ler, ouvir e refletir sobre como temos sido, consciente ou inconscientemente, por nossas ações ou nossa omissão, física ou psicologicamente, instrumentos de dor e opressão. É (mais) um dia de luta para elas e deveria ser de silêncio para nós.

Daí, aparece Michel ''Ministério de Homens Brancos'' Temer. E, ignorando isso, resolve escancarar o que pensa das mulheres em homenagem à data:

A mulher é, seguramente, a única responsável pela gestão da casa e o futuro das filhas e dos filhos.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Marcha das mulheres exige "Fora Temer"

Vida difícil para os golpistas

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Parte do grande esforço da propaganda das classes dominantes é aparentar mais força do que elas realmente possuem e nos fazer mais fracos do que realmente somos. As forças golpistas enfrentam uma grave crise política, com um acelerado derretimento que só não se potencializa pela intensa blindagem da grande mídia.

O principal projeto da chamada grande burguesia associada e do capital financeiro - setores que estiveram à frente do conjunto das forças golpistas - era estabelecer um acordo de livre comércio, nos moldes da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Tão logo assumiram o governo, ao definirem as "novas diretrizes para as relações exteriores" proclamaram que o principal objetivo seria "construir pontes em vez de aprofundar diferenças com a Aliança Para o Pacífico, que envolve três países sul-americanos, Chile, Peru e Colômbia, mais o México."

A força de Lula e o juiz provinciano

Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

O fato novo recente na política brasileira é um fato velho: a constatação de que Lula está bem nas pesquisas. Que é elevada sua liderança nas intenções de voto para as próximas eleições presidenciais e que ela se amplia.

Trata-se de um fato com certeza relevante, mas sem novidade. Faz tempo que é isso que as pesquisas revelam, como CartaCapital vem mostrando nos últimos meses. A tendência é visível até nos levantamentos encomendados pela mídia corporativa, ainda que os divulgue de maneira enviesada.

As intenções de voto em Lula mudaram no terceiro trimestre de 2016. Elas haviam caído entre abril e maio, depois de permanecerem estáveis ao longo de boa parte de 2015 e no início do ano. De setembro para a frente, subiram e continuam ascendentes.

Uma agenda para destruir um país

Por Esther Dweck, no site Carta Maior:

O governo Temer tem se aproveitado de diversas medidas dos governos Lula e Dilma. A transposição do Rio São Francisco é talvez o exemplo mais emblemático. Outro exemplo é o “Conselhão”, criado por Lula em 2003, para dialogar com a Sociedade Brasileira, com academia, trabalhadores e empresários, foi reconfigurado pelo governo Temer.

Ontem, houve uma apresentação do Ministro Meirelles para o “Conselhão”. A apresentação poderia se chamar como destruir um projeto de desenvolvimento inclusivo, mas segundo ele é a pauta para retomada do crescimento. Os pontos apresentados por ele deixariam os ideólogos do Consenso de Washington com inveja: como não pensaram em tanta maldade junta.

Mulheres contra a reforma previdenciária

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Neste 8 de março, as mulheres de 46 países chamam uma greve internacional contra a persistente desigualdade de gênero na história da humanidade sob o lema “Ni uma Menos” (Nenhuma a menos). No Brasil, pouco a celebrar, depois do golpe que derrubou a primeira presidenta eleita e de um incremento vergonhoso na violência contra a mulher. Aqui, a luta é pela democracia e contra a reforma previdenciária do governo Temer, que penaliza as mulheres com a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, sem distinção de gênero. Tratar com igualdade os desiguais é um tributo à desigualdade.

Marchas estão programadas em 21 capitais e outras 40 grandes cidades. No Congresso Nacional, deputadas e senadoras se juntam com as funcionárias para fazer piquetes, tuitaço e um apitaço em solidariedade às que não puderam se ausentar do trabalho para participar. Um dia oxigenado naquela Casa cada vez mais soturna. No final da tarde, elas descem a rampa para se integrarem à marcha que terá descido a Esplanada dos Ministérios.