domingo, 10 de dezembro de 2017

Kadafi, Palocci, Veja e o esgoto da história

Por Eugênio Aragão, no blog Viomundo:

O ex-ministro Palocci está no desespero. Não é para menos. Há mais de ano trancafiado à disposição do juiz Sérgio Moro e assistindo companheiros do cárcere serem liberados após abrirem a boca, não aguenta mais.

Enquanto o ex-ministro José Dirceu, com sua força de vontade e retidão de caráter, lhe fazia companhia sem ceder ao canto dos torturadores, Palocci se mantinha firme.

Mas, depois que passou a ficar só, desmoronou e exibiu toda sua personalidade fraca: fala qualquer coisa que lhe pedem, implorando para aceitarem sua colaboração.

A pancadaria na convenção do PSDB

Barraco tucano prevê decadência da direita

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No último sábado (9), em convenção nacional em Brasília, o PSDB indicou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como novo presidente do partido. Em discurso logo após ser eleito, o tucano partiu para o ataque contra Lula.

“Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime. Fiquem certos de uma coisa, nós os derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão de nossa história. As urnas os condenarão pelos milhões de empregos perdidos, pelas empresas fechadas, pelos sonhos desfeitos”, discursou o tucano.

A guerrilha da comunicação na Venezuela

Tania Valentina Díaz/Facebook
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ocupada nas últimas semanas com a organização das forças chavistas para enfrentar o teste das eleições municipais deste domingo em 335 municípios venezuelanos, a deputada Tania Valentina Diaz tem uma explicação na ponta da língua para enfrentar um debate político particularmente relevante para o destino das populações da América do Sul.

Quando o 247 lhe pediu para explicar a sobrevivência do projeto político de Hugo Chávez, iniciado em 1999 com sua entrada no Palácio de Miraflores, período histórico no qual em que diversas lideranças progressistas da região colheram vitorias relevantes mas também enfrentaram derrotas sérias, a começar por Lula e Dilma, Tania Diaz colocou o papel dos meios de comunicação num lugar especial da disputa política na Venezuela: “A guerra que não fizemos como guerra realizamos na TV”.

Artistas rejeitam o fascista da Riachuelo

Por Altamiro Borges

O fascistoide Flávio Rocha, dono da rede varejista Riachuelo, deve estar deprimido. Na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff, ele ganhou projeção nacional e chegou a acalentar o sonho de ser presidente da República. Cúmplice da quadrilha de Michel Temer, o escravocrata virou garoto-propaganda das contrarreformas trabalhista e previdenciária e tornou-se o herói dos aloprados do Movimento Brasil Livre (MBL). Vaidoso e arrogante, o picareta pensou que estava com a bola toda. Mas, aos poucos, a sua máscara vai caindo. Nesta semana, artistas e estilistas se recusaram a participar de uma exposição de moda bancada pela Riachuelo, segundo relato do jornalista Pedro Diniz, publicado na Folha nesta quinta-feira (8):

sábado, 9 de dezembro de 2017

Que esperar da quadrilha de Temer?

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

A corrupção não é o problema principal do Brasil, conforme as pesquisas mostraram ao longo dos três últimos anos. Esta tem superado, por exemplo, a violência, a saúde e a educação, que, sempre presentes como os principais problemas do País, retrataram o sentimento provocado pela mídia em torno da espalhafatosa e truculenta Operação Lava Jato.

De fato, há muita roubalheira. Ela vem de longe e não emergiu agora. Talvez, atualmente, tenha chegado perto do apogeu e se tornado, veja só, o alvo principal da preocupação dos brasileiros.

O anarquismo do mercado perfeito

Por Tarso Genro, no site Sul-21: 

Uma bomba atômica social que vai desabar sobre o próximo Governo, cujos efeitos ainda são imponderáveis, é a desorganização social e produtiva que será causada pela reforma trabalhista, particularmente pela aplicação desenfreada do trabalho intermitente e precário, de acordo com as regras já vigentes, de uma parte, e com a “pejotização” acelerada, de outra parte, que transformará uma boa parte da mão de obra assalariada em falsos empresários de si mesmos. A queda da arrecadação que advirá para o financiamento da Previdência Social, o sentimento de desresponsabilização do trabalhador-nômade com os destinos da empresa tomadora “eventual” dos seus serviços e a ausência de pertencimento a uma comunidade social – aquela comunidade primária solidária que é a base de uma sociedade de convívio, como asseverara Durkheim – vai ter severas consequências políticas e econômicas.

A aposentada que ateou fogo ao próprio corpo

Ligia Maria Panisset/Facebook
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A não ser por uns poucos familiares e amigos, a morte da professora Ligia Maria Panisset não foi muito chorada - mas sua tragédia silenciosa é símbolo do desespero que tomou conta do Brasil pós golpe.

Em 2 de dezembro, Ligia usou álcool para atear fogo ao próprio corpo em sua casa. Com 33% dele queimado, não resistiu e morreu cinco dias depois.

Morava no bairro da Penha, tradicional reduto da classe médio no Rio de Janeiro. O site SFN Notícias, que cobre essa região, registrou que, no momento em que os bombeiros chegaram ao imóvel, ela estava em um quarto em chamas que ficou completamente destruído.

Jornal Nacional censurou caso Tacla Durán

Do Jornal GGN:

A defesa de Lula lançou uma nota pública nas redes sociais, na noite de quinta (7), denunciando que o Jornal Nacional, da Rede Globo, censurou parte de uma resposta enviada à emissora que citava o caso Tacla Duran.

O jornal decidiu produzir uma reportagem sobre o juiz Sergio Moro ter liberado uma parte dos bens bloqueados de Lula. O magistrado aceitou devolver cerca de R$ 63 mil vinculados à aposentadoria, mas disse que ainda quer que Lula prove a origem lícita dos R$ 10 milhões relativos à Previdência.

A última cartada de Temer na Previdência

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Era seis de dezembro, passou para 13 e agora prevê-se para entre os dias 18 e 20 a anunciada tentativa de votar na Câmara a reforma da Previdência.

Mais dez dias para prosseguir na compra de votos, para dar ao “mercado” seu presente de Natal.

Os “campeões da moralidade” da mídia fingem que não vêem a derrama de recursos públicos que soma bilhões de reais.

Temer e Lava-Jato destroem a economia

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Em seminário do qual participou em dezembro de 2014, nove meses depois de deflagrada a operação Lava Jato, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo alertou: "Estou observando uma tendência na sociedade brasileira de achar que não tem importância destruir a Petrobras e as empreiteiras". Na ocasião, disse que era preciso combater a corrupção, mas ao mesmo tempo preservar a estatal e as grandes construtoras, "responsáveis por uma parcela muito importante do investimento no país". O economista recomendava "substituir a direção das empresas e preservá-las".

UFMG: fascismo e sociedade do espetáculo

Detalhe de vídeo da TV UFMG
Editorial do site Vermelho:

A autonomia das universidades surgiu ainda na Idade Média – no longínquo ano de 1088, na universidade de Bologna, Itália, e fará 930 anos no ano que vem. Foi um avanço civilizatório que, numa época de fragilidade da lei e império do arbítrio dos poderosos, destina-se a proteger o conhecimento, a liberdade de pesquisa e de pensamento. E é nesse sentido acolhida na tradição constitucional brasileira, como preconiza o artigo 207 da Carta Magna de 1988, que garante a autonomia didática, de pensamento e pesquisa e também administrativa e financeira das universidades.


O neomacarthismo da Gazeta do Povo

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O jornal Gazeta do Povo, do mesmo grupo GRPCOM que é afiliado à Globo no Paraná, lançou uma plataforma para que professores sejam dedurados anonimamente por supostamente “usar seu tempo em sala de aula para extrapolar os conteúdos pré-definidos com claro posicionamento ideológico”. É exatamente o mesmo tipo de ação que acontecia nos Estados Unidos durante os anos do Macarthismo, quando professores eram denunciados e em seguida levados a depor diante de uma comissão, perseguidos, presos e demitidos.

Quais os planos de Doria para 2018?

Por Sâmia Bomfim, no site Mídia Ninja:

O primeiro ano da “gestão eficiente” do prefeito-empresário João Doria termina com uma reprovação de 39%, contra os 13% no início do mandato, de acordo com o Datafolha, em pesquisa publicada pelo jornal “Folha de São Paulo”.

É cada vez mais perceptível, para a população de São Paulo, a incapacidade dessa administração para resolver os problemas da cidade.
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​​Os entrevistados afirmam que o prefeito fez muito menos do que o esperado. Tal questionamento surge entre os mais pobres, mulheres, pessoas de 35 a 44 anos e com ensino médio completo. Não é por acaso a incidência desses perfis dentre aqueles descontentes com Doria.
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Como explodir o Oriente Médio

Ilustração: Josetxo Ezcurra/Rebelión
Por Phyllis Bennis, no site Outras Palavras:

O plano de Trump para reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e no futuro transferir embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém não vai prejudicar os esforços de paz – porque na verdade não há esforços de paz em andamento. Os protestos já começaram, e a raiva está aumentando não apenas entre os palestinos, mas em todo o mundo árabe e muçulmano, entre vários governos, incluindo aliados chave dos EUA, e entre pessoas em todo o mundo.

Para compreender o que representa este movimento é preciso enxergá-lo a partir de duas perspectivas diferentes.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Venezuela, Honduras e o jornalismo de guerra

Por Felipe Bianchi, de Caracas, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

As ruas de Honduras foram tomadas pelo povo, que exige o respeito às urnas e à democracia após mais um episódio de golpe no país. Enquanto isso, na Venezuela, a população se prepara para votar pela terceira vez em 133 dias. O silêncio dos grandes meios de comunicação latino-americanos em relação ao que ocorre no país centro-americano contrasta com a demonização permanente da Venezuela e de Nicolás Maduro, escancarando o jornalismo de guerra e o papel de partido das classes dominantes jogado pela mídia.

UFMG: escalada fascista precisa ser barrada

Por Haroldo Lima, no Blog do Renato:

É da maior gravidade a ação truculenta que a Polícia Federal efetuou, a 6 de dezembro de 2017, na Universidade Federal de Minas Gerais, levando, por condução coercitiva, para prestar depoimentos, o reitor Jaime Arturo Ramirez, a vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, mais duas ex-vice-reitoras e outros servidores.

Em nossa Constituição, a autonomia universitária é expressamente estabelecida, não só “didático-científica”, mas também “administrativa” e de “gestão financeira e patrimonial”, como está no artigo 207 da Carta Magna. A ação da Polícia Federal na UFMG é uma aberta afronta à Constituição

A resposta ao pior Congresso da História

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No dia em que uma pesquisa Datafolha apontou a reprovação sem precedentes da população ao atual Congresso (60%), e o patamar mais baixo de aprovação (5%), partiu de um estranho ao ninho parlamentar, que ao se eleger não foi levado a sério, o deputado e ex-palhaço Tiritica, uma pungente despedida do mandato, dizendo-se envergonhado da classe política que não quer mais integrar. Por isso não concorrerá em 2018. Ao longo do dia, entretanto, foram poucos os deputados e senadores que deram o braço a torcer. Como avestruzes, preferiram enfiar a cabeça na areia a comentar a desaprovação revelada pela pesquisa ou a chicotada até branda de Tiririca, que prometeu não contar tudo o que viu em sete anos. Mas nós e eles sabemos o que fez o atual Congresso nos últimos três anos. Por isso nas eleições de 2018 esperamos que o eleitorado traduza sua decepção em uma grande renovação quantitativa e qualitativa das duas Casas.

"Deus-mercado" entrou em desespero

O assassinato do reitor e o estado de exceção

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Finalmente, a grande imprensa toma conhecimento da tragédia que encerra a perseguição, tortura e morte do professor Luiz Carlos Cancellier de Oliveira, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), passados já dois meses, quando já se temia que o silêncio imposto fosse o tapete pelo qual caminharia a impunidade, a seiva que alimenta a arbitrariedade.

O Estadão, em reportagem de Luiz Maklouf Carvalho publicada no domingo, 3, descreve a sucessão de arbitrariedades, violência institucional, policial e judiciária que se abateram sobre o reitor, pondo a descoberto, até onde pode chegar, na guerra aos direitos individuais, a aliança fática que reúne num só império, justamente aqueles que foram selecionados e são pagos e muito bem pagos para assegurar a incolumidade física e moral dos cidadãos: agentes do Poder Judiciário (dos juízos de piso aos ministros do STF) e setores da alta burocracia federal autonomizados, como os policiais federais e os procuradores do Ministério Público, auto imitidos no papel de salvadores da pátria, sagração que lhes teria outorgado todos os poderes necessários à missão de sanear a vida nacional.